MPF pede à Justiça que governo do Pará mantenha medidas de restrições mais rígidas na RMB
Segundo o MPF o estado só deve adotar medida sobre distanciamento social se finalmente cumprir decisão judicial sobre o tema
O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal no sábado (27) que o governo do Pará seja obrigado a manter as medidas de restrições mais rígidas com banderamento preto nos cinco municípios da região metropolitana de Belém. Segundo o MPF o estado só deve adotar medida sobre distanciamento social se finalmente cumprir decisão judicial sobre o tema. No último sábado (28) o governo anunciou o fim do lockdown na RMB.
A Região Metropolitana I ficou com bandeiramento preto, com apenas o funcionamento das atividades essenciais, por 15 dias. A medida foi tomada depois do avanço no número de casos confirmados pela Covid-19 na região.
Segundo o MPF, foi a homologação de acordo que obrigou o governo a comprovar que as medidas sobre distanciamento social são tomadas com base em consulta a comitê técnico previsto no plano estadual de contingência da covid-19 e em estudos de instituições de renome. Ainda segundo o MPF a decisão foi desreipeitada.
O acordo entre governo estadual, MPF e Defensoria Pública da União (DPU) foi homologado pela Justiça Federal em junho do ano passado, e desde então vem sendo descumprido várias vezes, alertam procuradores da República. A última vez que foi registrada reunião do comitê técnico foi em julho do ano passado.
O afrouxamento das regras de distanciamento social na região metropolitana, anunciado pelo governo estadual neste sábado, faz parte da série de violações à ordem judicial, frisam membros do MPF de todo o estado. A carência de base técnica em decisões do governo tem sido a regra desde o início da pandemia, critica o MPF.
Dados do sistema de regulação incluídos pelo MPF no pedido à Justiça indicavam que neste sábado 117 pessoas aguardavam em fila por leito, 31 pessoas aguardavam confirmação de reserva de leito, 15 pessoas estavam em situação pendente e outras 15 estavam com leito reservado sem transferência concluída.
Recomendação de lockdown
Órgãos públicos recomendaram aos prefeitos de nove cidades da região Xingu, no Pará, a adoção de imediata suspensão total de serviços não essenciais, devido à situação da Covid-19.
Brasil Novo, Vitória do Xingu, Medicilândia, Uruará, Placas, Anapu, Pacajá, Senador José Porfírio e Porto de Moz dependem do Hospital Regional Público da Transamazônica, em Altamira, para atendimento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento de Covid-19. O hospital está sem vagas de UTI. E Altamira entrou em ‘lockdown’ por causa do aumento de casos.
Fonte: G1 Pará