Hospital Santa Casa tem aumento de 56% no atendimento a grávidas com suspeita de Covid-19
A doença pode causar parto prematuro e os sintomas podem ser confundidos, principalmente no final da gestação

A Santa Casa de Misericórdia registrou aumento de 56% no atendimento de grávidas com suspeita da Covid-19. A doença pode causar parto prematuro e os sintomas podem ser confundidos, principalmente no final da gestação.
A engenheira mecânica Sanayle Frihani já começou arrumar as roupinhas para esperar a Manuela, que chega daqui a dois meses. Agora é só tranquilidade, mas no início da gestão a engenheira teve Covid-19.
“Eu não tinha febre, porém eu tinha muitas dores no corpo, muitas dores nas costas. Eu tive muito problema com enjoo, fiquei muito desidratada, então eu tive que ir na emergência, porque eu estava desidratada, não conseguia andar. Eu estava muito fraca, não conseguia ficar em pé para eu me deslocar para o banheiro, eu precisava de ajuda, porque eu me sentia muito fraca”, disse Sanayle.
Foram 10 dias difíceis de uma recuperação lenta e a Sanaely precisos buscar atendimento em um hospital.
“Comecei a melhorar. Comecei a ingerir líquido, consegui me alimentar melhor. Aí sim eu tive uma melhora no meu quadro clínico”, contou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mulheres grávidas correm maior risco de desenvolver sintomas graves da Covid-19, do que as não gestantes.
A Santa Casa de Misericórdia do Pará é a maior maternidade do Pará e referência para o atendimento a grávidas com a doença. Em 2020, a maternidade atendeu mais de 1.800 mulheres grávidas com sintomas da Covid-19. Em outubro de 2020 foram feitos 111 atendimentos, e em fevereiro de 2021 a Santa Casa registrou 174, alta de 56%.
“Nós estávamos atendendo cerca de 5 a 10 pacientes por dia. Atualmente, nós estamos atendendo entre 20 e 30 pacientes por dia na urgência e emergência obstétrica destinada exclusivamente a pacientes com suspeita e confirmação de Covid-19”, contou Marília Gabriela, gerente de obstetrícia da Santa Casa.
Os especialistas alertam sobre o último trimestre da gestação e com o risco de contrair a doença.
“Geralmente no final da gestação, quando o feto demanda mais da mãe, muitas vezes tem sido necessário para antecipar o parto. Aí a gente já tem duas complicações: uma mulher gestante e pós-parto com Covid-19 tentando se recuperar e a gente pode ter também um bebê prematuro com todas as complicações que existem da prematuridade”, disse Thaís Farias, médica obstetra.
Grávidas que desenvolvem comorbidades como diabetes gestacional ou são hipertensas, precisam fazer monitoramento contínuo porque os riscos de evolução em caso de contrair Covid-19 são maiores. Outro alerta é sobre os sintomas dos últimos meses da gravidez, que podem ser confundidos com um bem característico da doença.
“O principal sintoma seria a falta de ar, as gravidas que estão no terceiro trimestre é uma queixa comum a sensação da falta de ar, esforço maior para respirar e algumas posições pioram essa falta de ar. Mas é importante juntar com outros fatores como contato, dor no corpo , coriza , tosse”, explicou Marília Gabriela.
Jéssica Portilho passou pelas dificuldades impostas pela Covid-19 durante a fase final da gestão. Ela passou 12 dias internado, chegou ir para leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e só conheceu a filha seis dias depois do nascimento do bebê
“Fiquei com medo, não sabia que ela ficaria bem. Vê ela e pegar no colo dá uma sensação de maior alívio, parece que eu nunca fiquei longe dela”, disse Jéssica.
Fonte:G1 Pará