Em carta, menina relata abuso de padrasto: “Mãe, não aguento mais”
A criança, de 10 anos, também fez desenhos para contar a situação à mãe. Suspeito foi preso após as denúncias
Desenhos e uma carta serviram como pedido de socorro de uma criança de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. A menina, de 10 anos, relatou que frequentemente sofria abuso sexual pelo padrasto. Com isso, a Polícia Civil prendeu o suspeito.
Segundo as investigações, os agentes da 58ª DP (Posse) prenderam o homem após os desenhos e a carta alarmarem a mãe da criança, que procurou a polícia. Os abusos ocorriam há pelo menos um ano, ou seja, desde que a criança tinha 9 anos.
Ao portal Uol, o delegado Willians Batista afirmou que o crime ocorria na casa onde a mãe da vítima morava com o homem e outras duas filhas do casal. A mulher notou um comportamento diferente da filha e começou a observar o jeito que o marido tratava a criança.
“No último ano, a mãe começou a notar comportamentos estranhos, tanto da criança quanto do companheiro. Por exemplo, ela via o homem com olhar e atitudes suspeitos perto da criança. Um dia, a menina estava no banheiro sem roupa e ele muito perto dela. Ela, então, começou a perguntar para a filha, mas ela não respondia”, disse.
Depoimento
Em depoimento, segundo a polícia, a mãe contou que, em um determinado dia, a menina, esgotada dos abusos que sofria, escreveu: “Mãe, eu não aguento mais. O papai fica toda a hora passando a mão na minha vagina e na última me machucou”.
Ainda de acordo com o delegado, além do pedido de ajuda por escrito, a mãe mostrou um desenho que a filha fez, retratando os abusos sofridos. “Ela fez dois desenhos mostrando uma figura grande, demonstrando um adulto, passando a mão nas partes íntimas de uma figura pequena. Ou seja, seria o pai – ela chama o padrasto de pai – passando a mão nela”, acrescentou Willians Batista.
Os abusos ocorriam no momento em que a mãe da criança não estava. De acordo com a família, o suspeito também fazia ameaças à menina, caso ela contasse a alguém.
A vítima realizou exame no Instituto Médico Legal (IML), onde foram encontradas lesões que demonstraram a violência sexual. O fato foi comunicado ao Conselho Tutelar, que passou a acompanhar a família.
Após denunciar o crime sofrido pela filha, a mulher revelou que também foi vítima de violência sexual, psicológica e física durante o período de convívio com o homem. “O acusado costumava ameaçar a esposa e os demais membros da família com uma arma de fogo. Ele já possuía histórico criminal por violência doméstica.”
A Polícia Civil informou que, “diante do exposto, tendo em vista o grande risco que as vítimas corriam”, foi pedida a prisão do autor, deferida pela Justiça.
Fonte: Metrópoles