Pacientes do Hospital Oncológico Infantil customizam sacolas sustentáveis no Pará
A iniciativa rende retorno econômico, conservação ao meio ambiente e possibilita finalidade socioeducativa
Voluntários desenvolvem atividade de reciclagem e produzem sacolas sustentáveis de pano no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém. As sacolas são customizadas com pinturas feitas por crianças que recebem tratamento contra o câncer.
O trabalho iniciou em fevereiro com 21 quilos de lençóis doados, que resultou na confecção de 90 unidades. O projeto está na sua segunda etapa onde receberam 36 quilos de pano para a produção de 80 sacolas.
Quem acompanhou de perto o trabalho de pintura foi Maria Antonilda Martins, 33 anos, moradora do Município de Mocajuba, Região Nordeste do Pará, que vem a Belém para acompanhar a filha Estefane Martins Cardoso, de 8 anos de idade, que, há 3 meses, vem recebendo atendimento no Oncológico Infantil. A participação de Estefane na atividade de pintura agradou a mãe, que elogiou o trabalho.
“É uma forma de deixar a criança mais tranquila e colocar em prática suas ideias criativas. Fico feliz de ver ela interagindo com as outras crianças. Essa atividade artística faz bem para a mente. Isso ajuda, porque dá mais ânimo, faz ela se sentir bem como se estivesse em casa”, disse.
“Eu gostei de pintar porque já tinha feito uma casinha igual a essa que eu pintei. Quero fazer uma sacola igual a essa quando chegar em casa”, contou Estefane.
Uma das mulheres voluntárias que colaborou com a produção das primeiras bolsas foi a técnica de enfermagem Maria de Lurdes Lima da Silva, moradora do Bairro Tenoné, em Belém.
Segundo Maria de Lurdes, há 15 anos ela tem um forte envolvimento com a prática do voluntariado, a maioria dos seus trabalhos desenvolvidos são ações voltadas à promoção humana em diversas instituições. Há 2 dois anos ela resolveu usar parte de seu tempo para contribuir com o trabalho direcionado ao Oncológico Infantil.
“O voluntariado para mim é dar de graça aquilo que a gente recebe diariamente de graça de Deus. É um ato de gratidão e amor ao próximo”, pontuou.
Para a analista de sustentabilidade do Oncológico Infantil, Beatriz Garcia, a ideia de desenvolver a iniciativa surgiu daquilo que seria um possível problema, mas que, na realidade, passou a ser uma oportunidade de demonstração de atitude sustentável.
“O hospital tinha de fazer o descarte de lençóis que estavam com pequenas avarias. Esses materiais foram esterilizados, estavam segregados e não voltariam ao uso, já que ficam em um estoque inativo. Foi quando acendeu aquela ‘luzinha’ de que poderíamos produzir as sacolas”, explicou.
“A produção das sacolas faz parte de uma cadeia reversa deste resíduo, gerando valor ao material e ao ciclo produtivo dele”, acrescentou.
Fonte: G1 Pará