Gana receberá o 1º lote mundial de vacinas gratuitas pelo Covax
País receberá 600 mil doses da AstraZeneca, financiados pela OMS e países ricos; Gana tem mais de 80 mil casos de covid

TIZIANA FABI/AFP
Gana receberá nesta quarta-feira (24) o primeiro lote mundial de vacinas financiadas pelo dispositivo Covax, que tem como objetivo proporcionar aos países de baixa renda as primeiras doses de fármacos anticovid, anunciaram o Unicef e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Gana receberá 600 mil doses da vacina AstraZeneca/Oxford produzidas pelo Instituto Serum da Índia”, afirma um comunicado da OMS e do Unicef.
As vacinas foram enviadas pelo Unicef de Mumbai para Acra e integram a primeira onda de vacinas anticovid destinadas a vários países de baixa e média renda, explica a nota das duas organizações.
“Esta entrega representa o começo do que deve ser o maior fornecimento e distribuição de vacinas da história”, destaca o comunicado.
“O dispositivo Covax planeja entregar quase dois bilhões de doses de vacinas anticovid este ano. Este é um esforço global sem precedentes para garantir o aceso às vacinas para todos os cidadãos”, acrescenta o texto.
Gana, país do oeste da África, registra oficialmente 80.0759 casos de coronavírus e 582 mortes. Mas analistas apontam uma subnotificação, pois o número de testes realizados continua baixo.
O sistema Covax tem como objetivo proporcionar este ano vacinas anticovid a 20% da população de quase 200 países e territórios participantes. O dispositivo tem um mecanismo de financiamento que permite que 92 economias de baixa e média renda tenham acesso às doses.
Vacinas adiadas
O Covax – parceria da OMS, a Aliança para a Vacinação (Gavi) e a Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI) – concretizou acordo com os fabricantes de vacinas para dois bilhões de doses em 2021 e tem a possibilidade de comprar mais um bilhão.
Isto inclui 1, bilhão de doses do Serum Institute of India (SII), que produz as vacinas AstraZeneca e Novavax.
Inicialmente, OMS e Gavi acreditavam que poderiam começar a distribuir vacinas aos países desfavorecidos, que se uniram ao Covax em janeiro ou fevereiro, mas o prazo foi adiado.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, acusou na segunda-feira alguns países ricos de “minar” o dispositivo Covax.
Segunda onda
Na sexta-feira passada, os líderes do G7 anunciaram mais que o dobro de seu apoio coletivo à vacinação anticovid, com 7,5 bilhões de dólares, por meio do programa Covax.
Além disso, Estados Unidos e União Europeia dobraram a contribuição a um bilhão de euros, enquanto a Alemanha liberou novos recursos.
Embora alguns países ricos tenham iniciado a vacinação no fim de 2020, muitos países pobres ainda não receberam nenhuma dose, especialmente no continente africano.
A descoberta de novas variantes, na África do Sul e Grã-Bretanha, também acelerou a busca por vacinas.
Desde o início da pandemia, a África permanece oficialmente como um dos continentes menos afetados pelo vírus, mas vários países do continente foram afetados por uma segunda onda, que forçou o retorno de medidas restritivas.
Para ajudar a acelerar a vacinação de 1,3 bilhão de pessoas do continente, a União Africana informou que obteve 270 milhões de doses da vacina contra a covid para distribuir este ano.
Fonte: G1