Estados querem vacinar a partir de maio pessoas fora do grupo de risco
Governadores cobrarão senso de urgência, ante mais de mil mortes por dia. Veja as reivindicações, que serão levadas hoje a Pazuello
O Ministério da Saúde encerrou, na madrugada desta quarta-feira (17), a reunião preparatória para o encontro de hoje com governadores, que cobram um cronograma de distribuição de vacinas. Os chefes do Executivo nos Estados querem começar a vacinar a população fora do grupo de risco a partir de maio.
Ficou pronta depois da meia-noite a tabela com a projeção de compras de vacinas ao longo deste ano, conteúdo publicado por este blog em primeira mão. Mas o documento prevê apenas cerca de 13 milhões de doses até o final deste mês, em contraste com a promessa de quase meio bilhão de vacinas para todo o ano.
“Para nós, esta tabela é apenas uma previsão vaga como estava em janeiro e não cumprida. Não queremos mais uma ‘carta de intensão’ e, sim, para cada mês, as datas de entrega até junho/21, com o número de vacinas para cada Estado”, afirmou nesta manhã o coordenador do Fórum de Governadores, o chefe do Executivo do Piauí, Wellington Dias (PT).
“Queremos o Ministério da Saúde na coordenação, mas priorizando alternativas de variadas vacinas para imunizar mais cedo. Do contrário, nos sentimos obrigados, pela responsabilidade de salvar vidas, a buscar pelos próprios Estados, comprar mais vacinas para agilizar vacinação”, argumentou.
A maior parte deste grande volume de imunizantes sequer tem previsão de fabricação. A tabela revela também que os planos do ministério para uso da vacina russa Sputnik V, amplamente adotada em vários países, são possivelmente apenas para março.
“A primeira meta não pode passar de abril para garantir a primeira fase vacinada, ou cerca de 50 milhões de pessoas com mais de 60 anos, indígenas, pessoal da saúde etc, que respondem por 80% das internações e óbitos”, disse Dias.
Os governadores vão cobrar do ministério que fixe prazo de 72h para que vacinas autorizadas em outros países sejam “validadas” pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Fonte: R7