Fábricas espaciais se tornarão realidade, mas só depois de uma “faxina” da órbita
A Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos EUA está analisando como pode ajudar a impulsionar a criação de fábricas espaciais, mas disse que os detritos na órbita terrestre precisam ser abordados primeiro.
Em uma reunião realizada em 5 de agosto, a FCC votou por unanimidade (4 a 0) para abrir procedimentos sobre manutenção, montagem e fabricação no espaço a fim de examinar que tipo de oportunidades e desafios seriam criados ao mover alguns processos industriais para além da atmosfera terrestre.
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Em um comunicado, a agência disse que a iniciativa “tem o potencial de construir indústrias inteiras, criar novos empregos, mitigar as mudanças climáticas e promover os interesses econômicos, científicos, tecnológicos e de segurança nacional dos Estados Unidos”.
A FCC analisará as possibilidades do projeto, incluindo reabastecimento de satélites em voo, inspeções e reparos de espaçonaves orbitais, “transformação de materiais através da fabricação no espaço” e remoção de detritos, algo que a presidente da FCC, Jessica Rosenworcel, disse ser essencial para promover segurança e responsabilidade no espaço.
“Existem milhares de toneladas métricas de lixo no espaço que, se não tratadas, restringirão essas novas oportunidades nos céus e a iniciativa pode ajudar a melhorar esse ambiente”, declarou Rosenworcel.
Detritos destrutivos
Os detritos espaciais devem ser um sério impedimento para a atividade orbital no futuro próximo. Milhões de pedaços de tamanhos diferentes estão flutuando ao redor da Terra, e mesmo os menores têm o potencial de causar danos catastróficos a espaçonaves.
De acordo com a NASA, os detritos na órbita da Terra viajam a velocidades de até 28.163 km/h. A agência observa que objetos tão pequenos e frágeis quanto lascas de tinta acumulam força suficiente para danificar as janelas de um ônibus espacial.
“De fato, detritos orbitais de tamanho milimétrico representam o maior risco de fim de missão para a maioria das espaçonaves robóticas que operam em órbita baixa”, disse a NASA. A agência acrescentou que existem aproximadamente 100 milhões de pedaços de detritos orbitais com cerca de um milímetro ao redor da Terra.
O comissário da FCC, Nathan Simington, expressou preocupação com os detritos orbitais, afirmando em um comunicado que, como a FCC está considerando atualizações em suas regras de detritos espaciais, era crucial garantir que regras semelhantes se aplicassem a operações como a de industrialização espacial. Em particular, Simington disse que a FCC precisa planejar agora como lidar com os detritos criados pelas operações.
O papel da FCC na criação de regras espaciais envolve qualquer coisa a ver com comunicações do espaço para um local terrestre nos EUA, incluindo a criação de regras para ajudar os satélites a evitar danos devido a detritos orbitais.
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Fonte Olhar Digital