Para evitar ‘turismo das vacinas’ Chile proíbe imunização de estrangeiros sem visto de residência
Reportagem transmitida no Peru, mostrando a oferta de pacotes de viagens ao país e que incluíam a vacina contra a Covid-19, levou as autoridades a aplicar travas no processo.
O governo do Chile informou que não irá vacinar estrangeiros sem visto de residência no país contra a Covid-19. A medida, anunciada nesta quarta-feira (10), quer evitar o surgimento do chamado “turismo das vacinas”.
A decisão foi tomada depois que uma reportagem da televisão peruana mostrou a venda de pacotes de viagens para o Chile, que incluíam a promessa da imunização, por cerca de R$ 5 mil. A vacinação no Chile é gratuita e voluntária.
O ministro das Relações Exteriores chileno, Andrés Allamand, disse em entrevista coletiva que o país seguirá vacinando estrangeiros com autorização de viver por lá ou que já tenham dado entrada em um pedido de visto de residência.
“Os estrangeiros que estiverem no país com visto de turista não terão direito a se vacinar no Chile”, disse Allamand.
A medida, no entanto, prejudica imigrantes indocumentados. Segundo o chanceler, estrangeiros que se encontram no país em situação irregular também não serão vacinados.
O Colégio Médico, associação similar ao CFM no Brasil, criticou a decisão do governo e pede que a vacinação não seja limitada. Em nota, eles defendem que medidas como estas podem afetar imigrantes em situação mais vulnerável e ameaçam a saúde de toda a população.
O Chile foi o primeiro país da América do Sul a começar uma campanha de vacinação contra a Covid-19, ainda na véspera de Natal do ano passado. O governo chileno tem acordos de compra com ao menos seis farmacêuticas – e cerca de 36 milhões de doses garantidas.
O país com cerca de 18 milhões de habitantes registrou cerca de 760 mil infecções pelo novo coronavírus e ao menos 19 mil mortes por complicações da doença.
Fonte: G1