Rússia acusou 92 militares ucranianos de crimes contra a humanidade, diz funcionário

A Rússia acusou 92 membros do alto comando militar da Ucrânia de crimes contra a humanidade, de acordo com Alexander Bastrykin, chefe do Comitê de Investigação da Rússia.

No total, Moscou abriu mais de 1,3 mil processos criminais contra a liderança militar e política da Ucrânia, disse Bastrykin em entrevista ao site de notícias do governo Rossiyskaya Gazeta publicada na segunda-feira. Ele não citou nenhum dos acusados.

A CNN não verificou de forma independente as alegações feitas por Bastrykin.

“No decorrer da investigação preliminar, mais de 220 pessoas foram identificadas como envolvidas em crimes contra a paz e a segurança da humanidade que não têm prazo de prescrição, incluindo representantes do alto comando das Forças Armadas da Ucrânia, como bem como comandantes de unidades militares que dispararam contra civis”, disse Bastrykin à Rossiyskaya Gazeta.

“Um total de 92 comandantes e seus subordinados foram acusados e 96 pessoas foram colocadas na lista de procurados, em particular 51 comandantes das Forças Armadas da Ucrânia”, disse ele.

O chefe do Comitê de Investigação também sugeriu a criação de um tribunal internacional separado para crimes na Ucrânia.

“Levando em conta a posição do ‘ocidente coletivo’, que patrocina abertamente o nacionalismo ucraniano e apoia o regime de Kiev, a criação de tal tribunal sob os auspícios da ONU na perspectiva atual é extremamente duvidosa”, disse ele.

“O estabelecimento do tribunal e sua carta podem ser formalizados por um acordo entre a Rússia, os países membros dessas organizações, as repúblicas populares de Donetsk e Luhansk.”

Alguns antecedentes: as alegações de Bastrykin surgem quando a Ucrânia está investigando mais de 20.000 crimes de guerra, de acordo com a ex-procuradora-geral ucraniana Iryna Venediktova.

Venediktova havia dito anteriormente que a Ucrânia identificou mais de 600 suspeitos de crimes de guerra russos e começou a processar cerca de 80 deles. Dois soldados russos já foram condenados sob a lei penal ucraniana.

No início deste mês, promotores da Ucrânia e do Tribunal Penal Internacional (TPI) se reuniram em Haia para compartilhar conhecimentos sobre a investigação de crimes de guerra globais e aplicá-los às atrocidades cometidas na Ucrânia.

O promotor-chefe do TPI, Karim Khan, chamou a Ucrânia de “cena do crime” depois de visitar as cidades ucranianas de Bucha e Borodianka em abril, onde valas comuns e civis assassinados foram descobertos após a retirada russa.

Fonte CNN Brasil

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