Vivia apreensiva e com a TV ligada, diz mulher de PM morto no Alemão

A mulher do policial militar morto na operação do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, realizada nesta quinta-feira (21) afirmou à CNN que foi acordada com um telefonema de um amigo do marido dela afirmando que ele tinha sido alvejado e estava indo para o hospital. Lídia Costa estava em casa quando recebeu a notícia e conta que não sabia a dimensão da operação em um território que ela classificou como “campo minado”.

“Eu fui pega de surpresa, eu fui acordada, meu telefone tocou, e quando eu atendi era um amigo do meu marido falando que ele tinha sido alvejado, e que ele estava indo direto pro Getúlio Vargas, então eu fiquei desesperada, né? Você imagina minha reação”, afirmou ela.

A viúva de Bruno de Paula Costa conta que, quando o marido saía para trabalhar, ela ficava com a televisão ligada à espera de uma notícia ruim.

“As famílias, os familiares, as esposas, as mães de policiais, nós não temos sossego nem paz. Nós ficamos apreensivas o tempo todo. O que eu vou falar agora acontece com as outras esposas também, a gente tá sempre com a televisão ligada. Até mesmo quando o marido foi trabalhar a gente sempre liga a televisão pra ficar atenta ao noticiário”, revelou Lídia, que faz palestras motivacionais.

A viúva do cabo da PM afirma que agora a vida dela será dedicada a lutar para que os filhos, que são autistas, continuem fazendo terapia, estudando e para que sejam felizes. Bruno Caleb tem 10 anos e Davi Lucas, 8. “Outras mães que têm filhos especiais como eu tenho sabem de toda a carga pesada que nós enfrentamos em ter um filho especial”, afirmou a palestrante.

“A minha luta vai ser pra que meus filhos tenham dignidade, respeito e inclusão até eles se tornarem homens”, completou Lídia antes de encerrar a entrevista para servir o jantar aos meninos.