“Casa Abandonada” tem energia elétrica, água e saneamento regulares, diz delegado
A “Casa Abandonada” – popularizada pelo podcast do jornalista Chico Felitti, da Folha de S. Paulo – dispõe de energia elétrica, fornecimento de água e saneamento básico em situação regular, contou o delegado Marcelo Palhares à CNN, nesta quinta (21).
Na tarde desta quarta (20), policiais cumpriram um mandado no casarão de Higienópolis, na capital paulista, e entraram no imóvel.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que “foi realizada uma vistoria para verificar segurança, salubridade e estabilidade da casa”. De acordo com o delegado, a intenção era constatar se a moradora da casa, Margarida Bonetti, estava em estado de abandono.
O podcast “A Mulher da Casa Abandonada” narra um processo que investigou Margarida e o seu marido, Renê Bonetti, por manter uma empregada em condições análogas à escravidão, nos Estados Unidos. Renê foi julgado e cumpriu pena no país. Margarida voltou ao Brasil antes do julgamento e vive na referida casa há mais de duas décadas.
“Ela não está em estado de abandono, ela é assistida pela família. O abandono, nesse caso, seria se ela não tivesse recursos para se manter, mas não. Ela não apresenta grandes sinais de demência ou qualquer distúrbio”, informou o delegado Palhares.
Após realização de exame por médicos, os policiais sugeriram que Margarida fosse para a casa de um parente, mas ela se recusou.
O delegado ainda negou os boatos de que a casa não teria serviços básicos. “A casa dispõe de energia elétrica, fornecimento de água e saneamento básico, e as contas são pagas regularmente”, disse.
Apesar dos policiais constatarem que Margarida não está em estado de abandono, a confirmação só deve acontecer ao final do inquérito, em 30 dias, e a formulação dos laudos.
“Os peritos identificaram a insalubridade da casa, mas o laudo completo ainda será avaliado e feito. Outro engenheiro também foi até o local para identificar a estrutura atual”, acrescentou o delegado.
Durante a operação da polícia nesta quarta (20), a ativista Luisa Mell, que estava no local, resgatou um filhote de cachorro da casa. “Ela podia fazer isso, já que não entrou na casa, ficou apenas no jardim”, afirmou Palhares.
“Tudo indica que os animais viviam em situações aquém do razoável, pelo ambiente extremamente insalubre. Se isso for constatado, ela [Margarida] será responsabilizada. Foi encontrado um cachorrinho bem debilitado”, concluiu o delegado.
Compartilhe:
Fonte CNN Brasil