Dia do Chocolate: conheça histórias de quem tem nessa delícia a principal fonte de renda
Quem resiste ao bom e velho chocolate? Claro, claro, tem gente que não gosta tanto, mas é difícil, ainda mais com as inúmeras possibilidades de uso do produto. O chocolate é a base de muitas receitas saborosas.
Bom, e neste dia 7 de julho, considerado o Dia Mundial do Chocolate, o Primeira Página traz para você histórias de quem viu nessa delícia uma fonte de renda.
Em 2016, a família de Taliane Duarte passava por um momento difícil e, para cumprir um propósito feito na igreja que frequentam, ela, a mãe, Maria, e a irmã, Nikaele Duarte, passaram 30 dias vendendo bolo de pote em frente ao templo.
Elas tinham fechado uma loja e estavam sem trabalhar. Então, depois de cumprir o voto da igreja, decidiram continuar fazendo os bolos, porém de forma profissional.
“Continuamos trabalhando em casa por dois anos e meio, até termos condições de alugar uma cozinha industrial e começamos a comprar os equipamentos”, contou ela.
Ao longo deste tempo, as três foram aprimorando as receitas. A demanda cresceu tanto que o atendimento delivery foi ficando insuficiente e elas viram a necessidade de abrir uma loja física, que foi aberta em 2020, a La Chocolê.
Todas as receitas foram desenvolvidas por elas. “Sentimento é de gratidão. Começamos do zero e hoje, ver nossa equipe crescendo, ter um lugar aconchegante para atender nossos clientes, é muito satisfatório”, declarou Taliane.
Do início ao fim
Alguma vez você já parou para pensar, de onde vem o cacau do chocolate que consumimos? Em Mato Grosso a produção do fruto está concentrada em 12 municípios, espalhados nas regiões Norte e Noroeste. As cidades que mais produzem são Colniza, Alta Floresta, Cotriguaçu, Terra Nova e Juína.
Segundo um apontamento feito pela Produção Agrícola Municipal, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o estado possui uma área de produção de cerca de 950 hectares, onde são produzidas em média 647 kg/ha do fruto. A produção anual está em 615 toneladas, sendo responsável por 0,25% do cacau produzido no Brasil.
Diante do desejo de ajudar a preservar o meio ambiente, apoiar a organização da cadeia produtiva do cacau no Brasil, e encontrar uma fonte de renda, em 2017, Thaise Germano descobriu no chocolate uma alternativa para empreender.
“Por dois anos visitei várias comunidades rurais e, com a convivência, passei a olhar para dentro com o intuito de resolver para fora. Passei a questionar como – através do meu talento, da força do meu trabalho, olhando para o contexto ao meu redor – eu poderia resolver questões do meio ambiente, da comunidade que eu estava inserida, do meu ambiente, e pensei ‘é aqui que tenho que estar’”, conta a empresária.
O negócio de Thaise – a empresa “Chocolate Biomas” – segue um modelo comercial conhecido por “bean to bar”, uma nova tendência que está em alta. A expressão vem do inglês e significa “da semente à barra” ou “da amêndoa à barra”.
Nesse modelo, a empresa acompanha todo o processo produtivo. A preocupação começa desde a escolha do cacau, que costuma ser mais fino – produzido por uma equipe pequena e em lotes menores – até a fabricação do chocolate. O sistema promete um produto artesanal, sustentável e mais puro.
“Não só valorizamos o produto final, como também a história por trás de toda a sua produção. Desde a amêndoa à barra e suas transformações. Valorizamos e respeitamos quem produz; não incluímos essências, aromas ou químicos, nada de gordura hidrogenada, apenas a pura manteiga de cacau; e o verdadeiro sabor do fruto”, disse Thaise.
A empreendedora também leva em conta a importância da parte social da própria produção.
“Tornar o mundo um lugar melhor é a nossa essência e escolhemos fazer isso através do chocolate, valorizando os biomas brasileiros [Amazônia; Cerrado e Pantanal, que estão presentes dentro de Mato Grosso] e seus ingredientes”, concluiu.
Fonte Primeira Página