‘Zoológico’ da UFMT: fechado há 7 anos, espaço não tem previsão para receber visitantes

Anos atrás, ao chegarem no zoológico da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), os visitantes eram recepcionados pelas cobras, que ficavam do lado esquerdo, logo na entrada. Hoje, o cenário é muito diferente e, se não fossem os pássaros, o silêncio tomaria conta do local.

Zoológico UFMT: fechado há 7 anos, espaço não tem previsão para receber visitantes
Zoológico se transformou em Centro e está fechado para visitação. (Foto: Helena Corezomaé | Primeira Página)

As cobras e muitos dos animais foram transferidos para outros zoológicos do país. E o único local na Capital onde as famílias podiam ver de perto animais silvestres confinados transformou-se no Cempas (Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres), e está fechado há sete anos para visitação.

Porém, muitas famílias ainda batem no portão e perguntam quando o antigo zoológico será aberto. Segundo o reitor da UFMT, Evandro Soares da Silva, não existe uma data para isso. Sem recursos e com uma política diferente para o espaço, é pouco provável que volte a receber o público no formato de antes.

“O Cempas era um zoológico. Um centro turístico, de vivência, de lazer, principalmente para os mais carentes, que podiam ir com a sua família. Contudo, com o bloqueio de verbas que tem acontecido desde 2013, em um volume muito grave para universidades públicas, a UFMT acabou com menos recursos para aplicar em pesquisa, extensão, ensino e no zoológico”, explicou.

Cempas: um local de recuperação para os animais

Além disso, o reitor ressaltou que o Cempas hoje tem outra missão: vinculado à Favet (Faculdade de Medicina Veterinária), o centro recebe, recupera e reabilita animais silvestres.

“Nós estamos em uma época em que o zoológico está sendo questionado sobre a questão de mostrar os animais, colocar sob estresse. Aqui não é mais um zoológico, se transformou no centro e nosso principal objetivo é recondicionar os animais, em especial os animais silvestres, a voltar para o seu habitat”. 

O zoológico já chegou a ter, aproximadamente, 600 animais, mas hoje tem por volta de 300, segundo a professora Sandra Helena Ramiro Corrêa, coordenadora do Cempas. Além dos que foram transferidos a outros zoológicos, só ficaram os animais que não têm condições de voltar à natureza. 

“A saída dos animais foi feita com a autorização do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente] para instituições que demonstraram interesse em receber os animais e que a gente tinha a necessidade de fazer a transferência. Hoje, a gente recebe animais que precisam de atendimento médico. O Hospital Veterinário recebe e faz a triagem. No período depois final do tratamento, eles ficam em alguns recintos do Cempas para finalizar essa recuperação”, explicou. 

No local, por exemplo, ficaram duas onças-pintadas e um lobo-guará que não têm condições de serem reintroduzidos ao próprio habitat. Eles devem permanecer no Cempas pelo resto da vida.  

Visitação guiada

O reitor informou que, futuramente, o Cempas receberá visitas guiadas de grupos escolares. Mas, com poucos recursos, o projeto não tem data para começar.  

“Temos o projeto de fazer visitações para que seja um ambiente de educação ambiental. Mas, depende de recursos orçamentários. Então, a gente já faz um apelo a toda sociedade para fazer o embate contra qualquer corte na educação, na ciência e tecnologia, para que a gente possa ter recursos necessários para fazer uma reforma no Cempas e permitir que essas visitas sejam seguras e educativas”, finaliza o reitor. 

Zoológico UFMT: fechado há 7 anos, espaço não tem previsão para receber visitantes
Duas onças-pintadas permanecem no local. (Foto: Helena Corezomaé | Primeira Página)

Fonte Primeira Página

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