Pais acusam parque de discriminar filha com ‘down’

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A família uma criança de cinco anos, com Síndrome de Down, acusa um parque infantil, instalado no Partage Shopping Betim, de discriminar a filha. Ela relata que os funcionários impediram a menina de brincar acompanhada somente dos monitores, como todas as outras crianças. A Polícia Civil investiga o caso. O shopping disse que “não tolera e repudia quaisquer atitudes discriminatórias” e que acompanha a investigação.

O caso ocorreu no último sábado (25), quando a família passeava no shopping. Ao BHAZ, Meiriele Rabelo conta que as filhas quiseram brincar e todos foram ao parquinho. Ela falou com as atendentes, questionou valores e quais documentos deveria apresentar. Foi nesse momento que uma das funcionárias olhou para a pequena Laura e perguntou se ela tinha Down.

“Quando eu confirmei, ela disse que, nesse caso, um responsável teria que entrar junto para ajudar a olhar, evitar que um acidente acontecesse. Eu rebati e perguntei o motivo, sendo que as outras estavam acompanhadas somente dos monitores, e ela disse que o parque toma esse critério para as crianças brincarem em segurança”, recorda a dona de casa, de 39 anos.

Após insistirem um pouco, Meiriele e o marido explicaram que a filha estava sendo discriminada, o que foi negado pelas funcionárias. Elas seguiram afirmando que estavam apenas seguindo ordens, além de enfatizar que, sem a assistência da mãe, Laura não poderia brincar.

“Ela ainda deixou bem claro que o mesmo valia para crianças autistas. Disse ser regra do parque e falou que não era discriminação. Mas se uma criança pode brincar e entrar livremente sem as mães por perto e a outra não, isso é desigualdade. O tratamento não é igual, e nenhuma norma pode se sobrepor à lei”, afirma Meiriele.

Casal registra boletim de ocorrência

Sentindo-se ofendido com a discriminação que a filha sofreu, o pai de Laura pediu o CNPJ e a razão social do parque. A funcionária se negou a fornecer os dados e alegou que precisaria de autorização do chefe, então o casal decidiu registrar um boletim de ocorrência na Polícia Militar.

“Depois fomos até a Polícia Civil, apresentamos o B.O. e prestamos depoimento. Vale dizer que o parque não é nada inclusivo. Ficou nítida a falta de empatia, como a lei determina, e seria fundamental ter uma monitora para dar essa atenção maior para crianças especiais. Também não vimos nenhuma rampa de acesso que ajudaria em questões de mobilidade, por exemplo”, observa a mulher.

Meiriele afirma que o Partage Shopping não procurou a família para prestar assistência. Ela deseja que os pais de crianças especiais não hesitem em enfrentar situações do tipo, por “mínimas” que possam parecer. “Sempre é grave. Temos que preparar um futuro melhor para os nossos filhos e torná-los crianças seguras. Porque, se acontecer de novo, elas não deixarão passar”, orienta.

Em nota, o Partage Shopping Betim disse que “está comprometido em receber todos os seus visitantes de forma igualitária, para garantir que tenham uma ótima experiência em nosso empreendimento e informa que não tolera e repudia quaisquer atitudes discriminatórias”.

Confira o desabafo que Meiriele fez no Instagram:


 

Em nota (leia abaixo na íntegra), a Polícia Civil informa que instaurou procedimento investigativo e os envolvidos foram ouvidos.

“A investigação segue em andamento na 2ª Delegacia de Polícia Civil em Betim, apurando a prática de discriminação de pessoa em razão de sua deficiência, crime previsto no artigo 88 do Estatuto da Pessoa com Deficiência”, diz o comunicado.

Nota do Partage Shopping na íntegra

O Partage Shopping Betim, está comprometido em receber todos os seus visitantes de forma igualitária, para garantir que tenham uma ótima experiência em nosso empreendimento e informa que não tolera e repudia quaisquer atitudes discriminatórias. Ressaltamos que os fatos acontecidos na operação Parque do Bubu, localizado em nosso empreendimento, no último sábado, estão sendo apurados para que possamos tomar as medidas cabíveis.

O empreendimento zela pelo bem-estar de seus frequentadores, para garantir que tenham uma ótima experiência no mall, aproveitando as variadas opções de diversão, compras e gastronomia disponíveis.

Nota da Polícia Civil na íntegra

“A Polícia Civil recebeu a ocorrência no sábado à noite na Central Estadual do Plantão Digital, sendo instaurado procedimento investigativo e os envolvidos foram ouvidos. A investigação segue em andamento na 2ª Delegacia de Polícia Civil em Betim, apurando a prática de discriminação de pessoa em razão de sua deficiência, crime previsto no artigo 88 do Estatuto da Pessoa com Deficiência.”


Notícia InFoco

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