Mato Grosso tem 55% menos focos de calor do que agosto do ano passado e menos dias com cidades cobertas por fumaça
Apenas em maio (1.149) e junho (2.185) deste ano, os focos de calor registrados foram maiores do que nos mesmos períodos do ano passado (951 em maio/2020 e 1.960 em junho/2020)
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que Mato Grosso teve, em agosto deste ano, 55% menos focos de calor do que no ano passado. Consequentemente, as cidades mato-grossenses têm ficado menos dias cobertas por fumaça, como é o caso de Cuiabá, que sofreu bastante com a devastação do Pantanal em 2020. Somente no bioma citado, a redução foi de 80%, segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
Segundo o Programa Queimadas, do Inpe, em agosto de 2020 Mato Grosso teve 10.430 focos de calor, sendo que neste ano foram apenas 4.644 até agora, o que representa uma redução de aproximadamente 55%.
Apenas em maio (1.149) e junho (2.185) deste ano, os focos de calor registrados foram maiores do que nos mesmos períodos do ano passado (951 em maio/2020 e 1.960 em junho/2020).
O Pantanal de Mato Grosso ajudou a diminuir estes números. Segundo o secretário da Sesp, Alexandre Bustamante, o estado conseguiu reduzir em 80% os focos de calor no bioma, em relação ao ano passado. “Isso é uma vitória, ainda estamos sem chuva, que deve chegar em até 15 dias. Com ela, conseguiremos diminuir ainda mais”.
Os números do Corpo de Bombeiros corroboram com a fala do secretário. De 01 de janeiro até 05 de agosto de 2020, foram 1.000 focos no Pantanal de Mato Grosso. No mesmo período de 2021, foram contabilizados apenas 25 focos de calor, uma queda de 97% naquela oportunidade.
(Imagens de 13/08/2020 e 25/08/2021)
Os indicadores mostram ainda que durante o primeiro semestre de 2021, nenhum incêndio de grande proporção foi registrado na vegetação do Pantanal. A rápida atuação das guarnições em campo conseguiu extinguir cerca 51 incêndios, sendo 32 registrados apenas em julho 2021.
Tal fato corroborou para que cidades como Cuiabá e Várzea Grande, que foram tomadas pela fumaça no ano passado, não tivessem essa paisagem constante nestes últimos dois meses.
Foram poucos os dias em que a capital mato-grossense ficou desta maneira, como, por exemplo, na sexta-feira (20), quando um incêndio em Chapada dos Guimarães fez com que a cortina de fumaça se espalhasse pelo céu. Porém, nada perto da situação de 2020.
Segundo o serviço de monitoramento suíço IQAir, o índice de qualidade do ar nesta nesta quarta-feira (25) é de 95 US AQI, considerado de risco moderado. Em setembro do ano passado, ele chegou a 178 US AQI, ultrapassando cidades como Chengdu, na China e Nova Deli, capital da Índia.
A plataforma recomenda aos cuiabanos evitar exercícios ao ar livre (para certos grupos) e fechar as janelas para evitar o ar prejudicial externo.
Na primeira semana de janeiro de 2021, o Estado colocou em funcionamento o 1° Pelotão Independente Bombeiro Militar na cidade de Poconé, investimentos de R$ 2,6 milhões na unidade estratégica, estruturada para atuar no monitoramento e prevenção aos incêndios florestais.
“Não vai deixar de queimar. A nossa ideia é diminuir a quantidade. Tem muita situação cultural do nosso estado. A maioria que estamos tendo hoje, são em áreas indígenas. Como não temos governanças sobre isto, é mais órgão federal, estamos fazendo campanhas de conscientização”, pontuou Bustamante.
Para fase resposta à Temporada de Incêndios Florestais e desmatamento ilegal o Governo de Mato Grosso disponibilizou R$ 73 milhões com investimentos em equipamentos, viaturas helicóptero para diversas ações de combate e proteção dos biomas mato-grossense.
Com este investimento, o CBMMT e demais forças estão atentos com realização de ações de combate e seguem monitoramento constantemente para identificar áreas que estão sendo destruídas de forma irregular e práticas de incêndio.
Fonte: Olhar Direto