Investigado da PF movimentou mais de R$ 9 mi com tráfico de drogas

A organização movimentou R$ 26,7 milhões em dois anos; grupo tinha máquina de contar dinheiro

Foto: Reprodução

 Polícia Federal identificou que um dos investigados da Operação Teseu em Mato Grosso havia movimentado R$ 9 milhões em dois anos com a lavagem de dinheiro por meio do tráfico de drogas internacional.

O dinheiro do investigado, que não teve o nome revelado, fazia parte do montante de R$ 26,7 milhões que a organização criminosa, com ramos em diversos estados, havia movimentado no mesmo período de tempo.

Na residência de um dos integrantes do grupo, a PF chegou a apreender uma máquina de contar dinheiro.

Segundo o delegado Jorge Vinícius Gobira Nunes, um dos responsáveis pela investigação, a apreensão prova o quanto a organização movimentava quantidades expressivas de dinheiro com o tráfico de drogas e de munições.

É uma operação que mostra o poderio dessa organização criminosa

“É uma operação que mostra o poderio dessa organização criminosa, que já se imiscuiu nesses estados que estão sendo cumprido mandados na data de hoje.”, afirmou.

Em Mato Grosso, a operação foi deflagrada pela Polícia Federal de Barra do Garças, na manhã de terça-feira (29). Além do Estado, os mandados da PF foram cumpridos em Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Bahia, Acre, Rio Grande do Norte, Paraíba e Goiás.

Foram cumpridos 23 mandados judiciais, expedidos pela Justiça Federal, sendo 4 de prisão preventiva, todos em Mato Grosso, e 19 de busca e apreensão. Além de 49 ordens de sequestro de imóveis e veículos e bloqueio judicial de ativos financeiros em desfavor dos investigados.

Foram indiciadas ao longo da investigação 49 pessoas espalhadas pelos estados citados.

Início das investigações

O delegado Murilo de Oliveira Freitas, também envolvido nas investigações, detalhou que as investigações da Operação Teseu teve início em 2020, quando a Polícia Federal de Barra do Garças interceptou o transporte das cargas ilícitas.

Na ocasião, uma grande carga de ração animal, cerca de 14 mil kg, tinha como objetivo de iludir as fiscalizações para que não fosse identificado o transporte de uma grande quantidade de drogas e munições.

Foi identificada que esta carga, carregada com grande quantidade de maconha, cloridrato, pasta base e munições estava sendo levada como destino final para estados do nordeste.

Após os inícios das investigações, os agentes identificaram que esta carga apreendida havia sido carregada no município mato-grossense de Porto Esperidião, que faz fronteira com a Bolívia, e era distribuída para grupos criminosos espalhados pelas federações.

Modus operandi

Como a organização criminosa movimentava expressivas quantidades de dinheiro com o trabalho ilícito, o delegado explicou que eles utilizavam uma organização de setores estruturados para manter as aparências.

Segundo ele, havia uma pessoa responsável por efetuar a compra desses materiais ilícitos, drogas e munições, junto à Bolívia e fazer o transporte pelas vias rodoviárias de Mato Grosso até diversos estados do Nordeste.

Fizemos uma atuação efetiva na descapitalização dessas organizações criminosas, em especial a identificação de líderes e na prisão de todos

Também para ocultar o crime, o grupo recebia o pagamento, por via de regra, intermediado por empresas fictícias, inclusive de ramos que não tinham qualquer relação com os objetos transportados. Como empresas de calçados e que operam compras de ração animal para fazerem esse translado por todo o Brasil.

Esses valores recebidos em espécie nas contas dessas empresas rapidamente é pulverizado para diversas outras contas menores no Brasil, em especial nos estados que foi deflagrada a operação Em seguida, esse dinheiro era usado para retroagir e novamente alimentar a organização criminosa.

Também foi identificado nas investigações, que muitas pessoas continuam operando ainda que presas no Nordeste, seja por interpostos pessoas que operam no Estado de Mato Grosso ou por pessoas que seriam coligadas a suas facções criminosas.

Esses detentos, mesmo na cadeia, tiveram os mandados da PF cumpridos em seu desfavor. Todas as pessoas envolvidas nas investigações têm relações diretas com os presidiários, inclusive parentes foram investigados.

Apesar dos avanços da operação, o delegado destacou que os trabalhos continuam para identificar e prender mais integrantes que participaram do esquema criminoso.

“Fizemos uma atuação efetiva na descapitalização dessas organizações criminosas, em especial a identificação de líderes e na prisão de todos os criminosos”, afirmou o delegado.

“Desde os transportadores até as pessoas que de fato dominam uma quadrilha criminosa e que precisam ser atingidos e descapitalizados”, completou.

Fonte: Mídia News

Entre no grupo do Olhar Cidade no WhatsApp e receba notícias em tempo real CLIQUE AQUI
Já assistiu aos nossos novos vídeos no
YouTube ? Inscreva-se no nosso canal!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.