Acamada aguarda há quase 3 meses para receber vacina contra a Covid-19 no litoral de SP

De acordo com a família, vacinação foi agendada para 16 de março, mas ninguém compareceu para imunizá-la. Prefeitura afirma que ela receberá a dose em alguns dias

Foto: Arquivo Pessoal

Uma mulher acamada está há quase três meses aguardando a vacinação contra a Covid-19 em Itanhaém, no litoral paulista. Patrícia Bello de Oliveira, de 54 anos, sofre de uma doença neurológica e é paraplégica, não tendo condições de se dirigir a um posto de vacinação. A prefeitura afirma que ela receberá a dose em alguns dias.

De acordo com a irmã dela, a dona de casa Márcia Bello de Oliveira, de 56 anos, logo após o início da vacinação contra o novo coronavírus no município, ela se dirigiu à Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro Belas Artes, onde a mulher, que mora no bairro Ieda, é atendida, para conseguir a vacina para a irmã.

Em março, uma agente de saúde da unidade foi até a residência da família e entregou um papel com o agendamento de Patrícia para receber o imunizante, com data marcada para 16 de março. Porém, depois desse dia, ninguém voltou para vaciná-la.

Após diversas tentativas, Márcia retornou à unidade na última semana, para tentar agendar uma nova data. Segundo a dona de casa, o enfermeiro encarregado da USF solicitou que a mulher comparecesse a um posto de vacinação para ser imunizada, o que não é possível, já que ela não consegue ficar sentada por muito tempo, e sente fortes dores.

Papel com data do agendamento foi entregue na casa da família em Itanhaém, SP — Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

A irmã esclareceu a situação ao agente de saúde, que acompanha Patrícia há cerca de dez anos pela unidade, vacinando-a em casa anualmente contra o vírus da gripe, mas ele explicou que não havia equipe disponível para ir até o local, e que não existia uma previsão de atendimento.

Ela ainda conversou com alguns vizinhos do bairro onde vive que também moram com pessoas acamadas, e foi informada de que várias já foram vacinadas. Márcia chegou a ir à Secretaria de Saúde do município, que a encaminhou a um setor que não pode resolver o problema. Em seguida, entrou em contato com a Vigilância Sanitária, que informou que a moradora nem estava agendada, e que teria que esperar.

Desta forma, nesta sexta-feira (11), a acamada completa 87 dias aguardando para ser vacinada contra a Covid-19 desde o primeiro agendamento. “Eu fico chateada, porque eles não estão dando importância para as pessoas acamadas. Me sinto de mãos atadas. Fico com medo, também, porque eu tenho que sair, posso passar algo para ela, sou eu que cuido dela, dou banho, tudo. Então, ela tinha que já ter tomado essa vacina”, conta.

Patrícia também resolveu se manifestar a respeito da demora para receber o imunizante. Ela encaminhou uma foto ao G1, expressando seu descontentamento com o município.

“Minha foto está representando a minha decepção. Espero que dessa vez vá, porque não aguento mais correr esse risco de pegar o coronavírus”, desabafa.

Resposta

G1 questionou a Prefeitura de Itanhaém sobre o caso. Confira a resposta na íntegra:

“Segundo informações da USF do Belas Artes, ela havia se cadastrado para receber a vacina em casa mas não preenchia os requisitos de idade.

Depois, se cadastrou na faixa etária com comorbidades e solicitou laudo para a mesma USF [Unidade de Saúde da Família], mas se recusou a ir na unidade receber a primeira dose.

Agora com o laudo, ela está inscrita neste novo grupo que receberá a vacinação em casa. A faixa etária dela foi liberada em 14/05. Ela deverá receber a vacina em alguns dias”.

Fonte: G1

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