Após um mês de trabalho, CPI suspende novas oitivas em Cuiabá
Nesse primeiro momento, a CPI mira nos responsáveis pela assinatura do contrato de R$ 9,7 milhões firmado entre a Prefeitura de Cuiabá e a Norge Pharma, empresa responsável pelo depósito da prefeitura
Após um mês de trabalho, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos da Câmara de Cuiabá decidiu interromper os depoimentos por tempo indeterminado. De acordo com o relator da CPI, Marcus Brito Junior (PV), nesse período os parlamentares devem analisar uma série de documentos que foram entregues nas primeiras oitivas.
“Cada depoente teve uma linha de defesa e nós pedimos que fosse provado o que eles falaram. Então esses documentos vão colaborar com a defesa deles. Agora, vamos apreciar todos esses documentos”, disse na quinta-feira (10).
A CPI foi criada para apurar a denúncia sobre os remédios com prazo de validade vencida estocados na Central de Distribuição de Medicamentos e Insumos (CDMIC). Os remédios foram descobertos durante uma fiscalização de vereadores da oposição em abril deste ano.
Nesse primeiro momento, a CPI mira nos responsáveis pela assinatura do contrato de R$ 9,7 milhões firmado entre a Prefeitura de Cuiabá e a Norge Pharma, empresa responsável pelo depósito da prefeitura.
Nas últimas semanas, a CPI ouviu Luiz Antônio Possas de Carvalho (ex-secretário de Saúde), Gilmar de Souza Cardoso (coordenador de TI da Secretaria de Saúde), o empresário Dirceu Luis Pedroso Junior (proprietário da Norge Pharm), João Henrique Paiva (secretário-adjunto de Gestão de Saúde) e Luis Gustavo Palma (ex-secretário-adjunto da Atenção Primária).
De acordo com Brito, todos os depoimentos apresentaram diversas divergências, que também serão apuradas nessa fase dos trabalhos. Segundo ele, os parlamentares avaliam a contratação de um especialista para auxiliar o processo. “Hoje eu devo ter 10 volumes de documentos, cada volume, contendo mais de 300 páginas que também serão analisadas pela equipe de gabinete. Então, a gente está apurando quantidade, remédios, notas fiscais e a gente estuda até chamar um especialista na área para poder ajudar nessa questão”.
Operação Overpriced
A CPI também solicitou acesso a cópia integral do inquérito da Operação Overpriced, deflagrada na quinta-feira pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). As investigações têm como base novas provas de irregularidades nas licitações e compras de medicamentos da Prefeitura de Cuiabá, com envolvimento de 3 empresas.
Entre as irregularidades apontadas nas investigações dos medicamentos vencidos em depósito sobre as licitações de medicamentos na Capital a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção encontrou compra de medicamentos com sobrepreço de até 90%.
“As investigações da Deccor cruzam com a que estamos realizando na Câmara e estamos solicitando acesso a esses dados para corroborar ao nosso levantamento. Nós não mediremos esforços para elucidar os fatos e dar uma resposta para a população”, finalizou Brito.
Fonte: Gazeta Digital