Profissionais de saúde do Pará alertam sobre cuidados para evitar a obesidade infantil
De acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, 16,33% das crianças brasileiras entre 5 e 10 anos estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave
A obesidade infantil é uma doença vista pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma epidemia mundial. No Pará, profissionais de saúde do Hospital Jean Bitar (HJB) alertaram essa semana, em que foi celebrado o dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, para hábitos que podem prevenir o problema.
“A obesidade Infantil está diretamente associada, também, à alimentação inadequada. Então, o desafio é incentivar o acesso à alimentação saudável com mais arroz e feijão, frutas e verduras; substituir ou evitar as escolhas dos alimentos ultraprocessados como achocolatados, refrigerantes e biscoitos recheados, entre outros”, explica a nutricionista Thatyelle Pantoja.
Brincar como antigamente também é importante para prevenir a obesidade. “Incentivar a prática de atividades físicas com brincadeiras de criança como andar de bicicleta, pula-pula, amarelinha, correr ao ar livre, tentando ocupar o máximo do tempo para que não desperdicem em frente à TV, ao celular e ao videogame, são condutas que auxiliam no equilíbrio entre ganho e perda de calorias, e devem ser fortalecidas com o apoio dos pais”, aconselha a nutricionista.
Doença
Notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, de 2019, revelam que 16,33% das crianças brasileiras, entre cinco e dez anos, estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso; 9,53% são obesos; e 3,98% têm obesidade grave.
Segundo a endocrinologista do Hospital Jean Bitar (HJB), referência no tratamento da obesidade, Flávia Cunha, entre as causas da obesidade infantil estão: a predisposição genética; o comportamento alimentar, incluindo os hábitos alimentares (geralmente repassados dos pais para os filhos); o sedentarismo e as questões psicológicas que se manifestam na infância como, ansiedade, insegurança, medo, depressão.
“Da mesma forma que no adulto, a obesidade em crianças, está associada ao maior risco de desenvolvimento de outras doenças ou condições perigosas para a saúde, como resistência insulínica, pré-diabetes ou diabetes, problemas de colesterol e triglicérides, pressão alta, além de consequências emocionais e psicológicas”, destaca.
Para prevenir a doença, a médica diz que a melhor forma é a educação nutricional, aliada à psicoeducação das crianças e da família. Conforme a endocrinologista, a avaliação da obesidade infantil é feita através de gráficos que analisam a situação do peso em relação à altura. Dessa forma, quando o peso é elevado para a altura, a criança tem o diagnóstico de excesso de peso (sobrepeso ou obesidade).
Sobre os tratamentos mais indicados, estão a mudança do estilo de vida e, em raros casos, é necessário a utilização de medicamentos autorizados para crianças com idade a partir de 12 anos.
Fonte: G1 Pará