Mãe de Gael é denunciada por agredir, asfixiar e matar filho de 3 anos em SP

Andréia Oliveira foi acusada nesta quinta (20) por homicídio doloso (intencional) qualificado por meio cruel, contra descendente e criança. Ela está presa em Tremembé, interior paulista. Defesa diz que mulher ‘não se lembra de nada’ e que teve surto psicótico.

A dona de casa Andréia Freitas de Oliveira, de 37 anos, é acusada de agredir e asfixiar o filho Gael de Freitas Nunes, 3 anos — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
A dona de casa Andréia Freitas de Oliveira, de 37 anos, é acusada de agredir e asfixiar o filho Gael de Freitas Nunes, 3 anos — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

O Ministério Público (MP) denunciou nesta quinta-feira (20) Andréia Freitas de Oliveira, de 37 anos, mãe de Gael de Freitas Nunes, pelo assassinato do seu filho de 3 anos em São Paulo. Segundo o G1 apurou, a Promotoria também pediu à Justiça que seja feito um exame de insanidade mental na dona de casa. Testemunhas contaram que a mulher teria tido um surto psicótico e cometido o crime sem nenhum motivo aparente.

De acordo com a denúncia, Gael morreu por asfixia e após ser agredido na cabeça em 10 de maio em casa, um apartamento na Bela Vista, no Centro da capital. Ele morava com a mãe, a irmã dele de 13 anos e a tia-avó de Andréia, de 73 anos.

Foi a tia-avó quem ouviu gritos na cozinha do imóvel e depois encontrou o garoto desacordado no apartamento, com parada cardiorrespiratória e marcas de agressão. Ela pediu socorro, e ele foi levado de ambulância a um hospital, onde não resistiu e morreu.

Segundo o laudo necroscópico, além de sinais de maus-tratos, Gael teve o nariz e a boca tapados e o pescoço apertado, provavelmente pelas mãos da própria mãe. O menino ainda sofreu traumatismo e fratura no crânio, segundo os médicos que o atenderam.

A dona de casa está presa preventivamente desde então por suspeita do crime. O anel que ela usava foi apreendido por ser compatível com o ferimento causado na testa de Gael. Quando foi interrogada, ela se manteve em silêncio.

G1 não conseguiu localizar o advogado de Andréia, Fábio Gomes da Costa, para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem. Em outras ocasiões, ele falou que sua cliente não assumiu ter cometido o crime quando foi ouvida pela Polícia Civil. De acordo com a sua defesa, ela “não se lembra de nada” do que aconteceu.

Segundo testemunhas, no entanto, Andréia teve um surto psicótico para agredir e matar Gael. Foram juntados documentos no processo, possivelmente pelo advogado dela, que mostram que, em 2012, a dona de casa já havia apresentado um quadro de transtorno psiquiátrico. À época, ele foi classificado como transtorno afetivo bipolar diante de um episódio maníaco com sintomas psicóticos. O ex-marido de Andréia confirmou essa informação durante o seu depoimento à polícia.

De acordo com a denúncia feita pelo promotor Neudival Mascarenhas, do 1º Tribunal do Júri do Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste da capital, Andréia é acusada por homicídio doloso (intencional) qualificado por meio cruel, contra descendente e criança.

Até a última atualização desta reportagem, a Justiça também não havia decidido sobre o pedido de denúncia feita pela Promotoria. Se o juiz Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara do Júri, aceitá-la, Andréia se tornará ré no processo e poderá ser levada a julgamento popular pelo crime.

O magistrado terá ainda de decidir se autoriza a realização do incidente de insanidade mental pedido pelo Ministério Público. Se concordar, Andréia será submetida a exames por psiquiatras. Eles vão elaborar um laudo para informar se a mulher é inimputável (não pode responder criminalmente por seus atos por não entender a gravidade do que fez e iria para um hospital psiquiátrico), semi-imputável (tem compreensão parcial das suas ações e pode ser responsabilizada ou levada a manicômio) ou imputável (pode ser julgada por seus atos por ter compreensão do ato criminoso que cometeu).

Gael Freitas Nunes, de 3 anos — Foto: Arquivo Pessoal/Veronica Nunes
Gael Freitas Nunes, de 3 anos — Foto: Arquivo Pessoal/Veronica Nunes

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Polícia Civil concluiu o inquérito na terça-feira (18), concluindo que “a responsável pelo crime foi a mãe da vítima”.

Para a Polícia Militar (PM), que atendeu a ocorrência, testemunhas relataram que Andréia teria tido um surto psicótico, cometido o crime e teria tentado se suicidar depois, tomando um produto de limpeza.

A polícia analisou imagens de câmeras do edifício que mostraram parte da família do lado de fora do prédio com Gael (veja vídeo abaixo). O assassinato foi cometido dentro do imóvel, onde não há câmeras.

Do lado de fora do condomínio, as imagens também mostram o momento em que o pai de Gael, que é separado da mãe do garoto, deixa a criança com a tia-avó de Andréia.

Andréia está presa na penitenciária feminina de Tremembé, no interior paulista. Seu advogado informou, no entanto, que chegou a pedir à Justiça a prisão domiciliar ou a transferência dela para um hospital psiquiátrico, além de insistir na realização de um exame de insanidade mental para ela.

Fonte: G1

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