PM que atirou contra carro e matou universitária em MT durante briga no trânsito é denunciado por 2 crimes
Adriele da Silva Munis, de 25 anos, tinha saído naquele dia com o namorado e amigos e estava no banco do passageiro quando foi baleada.
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o policial militar por homicídio qualificado praticado contra Adriele da Silva Munis, de 25 anos, e por tentativa de homicídio contra outras três pessoas que estavam no carro atingido pelos disparos feitos por Edivaldo Júnior Rodrigues Marques de Souza. Ele está solto.
Adriele tinha saído naquele dia com o namorado e amigos e estava no banco do passageiro quando foi baleada.
Os crimes ocorreram no dia 18 de dezembro de 2016, por volta de 4h, próximo à Praça Ipiranga, em Cuiabá.
A jovem foi atingida por um tiro nas costas, que perfurou o pulmão e o coração, quando estava em um carro com seu namorado e mais duas pessoas voltando de uma festa no bairro Duque de Caxias, na madrugada de 18 de dezembro de 2016.
De acordo com a denúncia, os crimes foram cometidos por motivo fútil, com a utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas, além de resultar em perigo comum, já que os disparos foram efetuados em via pública, em local com circulação de pessoas.
Segundo o MPMT, o inquérito foi concluído recentemente e a denúncia oferecida no dia 12 de abril.
À polícia, Edivaldo Júnior confessou a autoria dos disparos, mas alegou que agiu em legítima defesa. Ele declarou que atirou contra o carro onde estava Adriele porque sofreu uma tentativa de assalto.
Consta nos autos que os crimes foram motivados por uma briga de trânsito. Conforme apurado pela polícia, na data dos fatos, Rubens Sales Pereira, em companhia de Marco Antonio Sales Pereira, estava levando a universitária Adriele da Silva Munis e seu namorado Andrey Almeida Silva para suas residências, momento em que o condutor do veículo, ao fazer uma ultrapassagem, bateu no retrovisor do automóvel conduzido pelo policial militar.
Na sequência, o denunciado e sua namorada iniciaram uma discussão com as vítimas Rubens Sales Pereira e Marco Antonio Sales Pereira. Com a finalidade de cessar a briga, Rubens Sales Pereira acelerou o seu carro para sair do local.
O denunciado, porém, passou a perseguir o veículo das vítimas, instante em que desferiu os disparos de arma de fogo que atingiram Adriele da Silva Munis, que estava no banco traseiro do carro. Ela chegou a ser levada ao Pronto Socorro, mas não resistiu e veio a óbito.
Prisão preventiva
Além de oferecer denúncia contra o PM, o MPMT também requereu a prisão preventiva dele. O pedido foi negado em primeira instância e a instituição ingressou com recurso junto ao Tribunal de Justiça para tentar reverter a decisão de primeiro grau.
O MP argumenta que a prisão do denunciado é necessária para a garantia da ordem pública, em razão da gravidade em concreto do comportamento adotado pelo denunciado, e também por conveniência da instrução criminal.
O órgão sustenta ainda a existência do risco do denunciado “tumultuar a produção da prova que será produzida durante a instrução processual, em razão da proximidade com as testemunhas, bem como utilizar-se de expedientes intimidatórios em razão da sua condição de policial militar”.
Segundo o MPMT, o denunciado responde a outra ação penal pela prática do delito de homicídio cometido na Comarca de Várzea Grande.
Fonte: G1